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Meu pai



Meus irmãos até hoje falam, enciumados, que eu tinha privilégios. Única menina entre 4 meninos, eu que lutasse e, claro, me aliei ao mais forte. Sim, ele me protegeu o tanto que pode, me ensinou tudo que sabia e me preparou para as batalhas da vida.


Sou uma Mattos, como minha mãe gostava de ressaltar: sinônimo de gente forte, brigona, mas um tanto emotiva também, se derrete fácil. Seu Flávio era assim, eu sou assim.


Já bem debilitado, fui visitá-lo no Rio, onde morava e quando cheguei, ele mandou meu irmão sair para comprar um vinho para mim. Não precisava, claro, mas foi seu último gesto de mimo para a sua filhinha preferida.


Não existe um dia que eu não sinta as mãos dele sobre os meus ombros.🖤

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