A cidade sertaneja que preserva sua memorial ancestral nos rostos e na fala musical
dos moradores, de maioria negra; nas pedras das calçadas; nos casarios que teimam permanecer de pé.
No som dos sinos que acorda a cidade para a missa de domingo. Nos cachorros sonolentos esparramados no asfalto. Dizem que a água das torneiras está contaminada pelos resíduos tóxicos da mineração que explora o território.
Os topos das montanhas também sumiram e lagos surgiram para esconder os rejeitos das extrações. O cinturão verde está esturricado e labaredas de fogo pipocam nos arredores do município.
Um quadro de desalento. Mas a luminosidade encantada de Minas, os encantados de Minas, os sabores e as cores de Minas, a força interior de Minas, não tem quem destrua.
Minas é solidez, é carvão, é mina, é grão, é solo preto, é resistência e é uma beleza de nação
imagens e texto Elisa Mattos
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