Poema criado à convite da TV Globo, para o aniversário de 60 anos de Brasília, em 21 de abril de 2020. A íntegra foi publicada no site G1 e trecho do poema foi transformado em VT e exibido no telejornal DF2.
Criação
No início era o barro Mar de poeira Ondas douradas O desafio da criação Da transformação Da edificação.
Do sonho aos traços A arte de entrelaçar os planos De construir asas Fazer voar os projetos.
Mãos que desenham Mãos que calculam Mãos que erguem Sol forte nas cabeças
Vento adormecido Forças poderosas em união Redenção O imaginável se torna real.
Brasília surgiu bela, imponente Dona absoluta do espaço Um oásis cravado dentro do cerrado A terra prometida, como na profecia de São João Bosco Uma casa de portas abertas para quem quiser entrar.
Viver em Brasília dá um alívio na alma A cidade sem esquinas abre para a liberdade de circular em linha reta, se perder nas tesouras, se encontrar nos gramados, avistar o horizonte sem fronteiras.
A vida aqui pulsa muito além dos monumentos Pulsa quando mergulhamos no azul infinito do céu que nos protege.
Pulsa quando nos deixamos enfeitiçar pelo pôr do sol nosso de cada dia, impossível de descrever. Basta uma reza.
Pulsa quando chega a temporada dos ipês Quando amoras, jacas, mangas... brotam em nosso caminho.
E as cigarras soltam a voz para alertar
que a chuva vai chegar.
Aos 60 anos, a rainha do Planalto já tem suas
rugas sim, mas não perde a majestade:
é estilosa, sedutora, provoca paixões e invejas.
E segue em frente, sem medo do futuro: Firme, vaidosa, acolhedora, a grande dama
que a todos nós protege sob suas asas de arcanjo.
Texto e vídeo originais: https://g1.globo.com/df/distrito-federal/brasilia-60-anos/noticia/2020/04/03/no-aniversario-de-60-anos-de-brasilia-poetas-homenageiam-capital-conheca-criacao.ghtml
*Equipe DF2:
Produção Marcus Barbosa e Isabella Melo
narração Liliane Cardoso e Heraldo Pereira
edição Fábio Ibiapina.
Comments