Elisa Maria

14 de out de 20202 min

Criação *

Atualizado: 21 de ago de 2021

Poema criado à convite da TV Globo, para o aniversário de 60 anos de Brasília, em 21 de abril de 2020. A íntegra foi publicada no site G1 e trecho do poema foi transformado em VT e exibido no telejornal DF2.

Criação

No início era o barro
 
Mar de poeira
 
Ondas douradas
 
O desafio da criação
 
Da transformação
 
Da edificação.

Do sonho aos traços
 
A arte de entrelaçar os planos
 
De construir asas
 
Fazer voar os projetos.


 
Mãos que desenham
 
Mãos que calculam
 
Mãos que erguem
 
Sol forte nas cabeças

Vento adormecido
 
Forças poderosas em união
 
Redenção
 
O imaginável se torna real.


 
Brasília surgiu bela, imponente
 
Dona absoluta do espaço
 
Um oásis cravado dentro do cerrado
 
A terra prometida, como
 
na profecia de São João Bosco
 
Uma casa de portas abertas
 
para quem quiser entrar.

Viver em Brasília dá um alívio na alma
 
A cidade sem esquinas abre para a liberdade
 
de circular em linha reta, se perder nas tesouras,
 
se encontrar nos gramados, avistar o horizonte
 
sem fronteiras.

A vida aqui pulsa muito além dos monumentos
 
Pulsa quando mergulhamos no azul infinito
 
do céu que nos protege.


 
Pulsa quando nos deixamos enfeitiçar pelo
 
pôr do sol nosso de cada dia, impossível
 
de descrever. Basta uma reza.


 
Pulsa quando chega a temporada dos ipês
 
Quando amoras, jacas, mangas... brotam
 
em nosso caminho.


 
E as cigarras soltam a voz para alertar

que a chuva vai chegar.

Aos 60 anos, a rainha do Planalto já tem suas
 
rugas sim, mas não perde a majestade:
 
é estilosa, sedutora, provoca paixões e invejas.
 

E segue em frente, sem medo do futuro:
 
Firme, vaidosa, acolhedora, a grande dama

que a todos nós protege sob suas asas de arcanjo.

Texto e vídeo originais: https://g1.globo.com/df/distrito-federal/brasilia-60-anos/noticia/2020/04/03/no-aniversario-de-60-anos-de-brasilia-poetas-homenageiam-capital-conheca-criacao.ghtml

*Equipe DF2:

Produção Marcus Barbosa e Isabella Melo

narração Liliane Cardoso e Heraldo Pereira

edição Fábio Ibiapina.

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